A maioria das pessoas que começa a praticar exercício físico tem como objetivo perder peso. Há quem tenha outros objetivos, mas são uma minoria… a maior parte quer ver o peso da balança a descer.
A questão é: qual a melhor forma de o conseguir?

Esta maioria de que falei atrás tem uma resposta na ponta da língua quando lhe perguntamos: subir para uma passadeira ou para uma elítica e estar uma hora ou mais a “queimar” gordura! Este tipo de casos são aos magotes nos ginásios.

Mas será realmente isto que se passa e será essa a melhor forma de abordar a perda de peso? A resposta é “Não!” e sem meias medidas, sem um “mas” a seguir.

As pessoas com sobrepeso têm, obviamente, tecido adiposo em excesso, mas há algo que as caracteriza e que é ainda mais marcante na sua composição corporal: a percentagem baixíssima de massa muscular.
Ter noção desta característica é essencial para levar por diante um processo de perda de peso fundamentado e com efeitos duradouros, sem o ‘rebound’ que vemos usualmente nestes casos, em que depois de perderem 10 ou 20 quilos, estas pessoas voltam a ganhar o mesmo ou mais.

O caminho a fazer não é perder peso através de horas intermináveis nas máquinas de Cardio ou a correr montes e vales. Aliás, no início de um processo deste género, defendo que não devemos sequer introduzir no plano de treino qualquer trabalho de resistência cardiovascular para além da recomendação internacional de 10 mil passos diários, que no fundo assegura que a pessoa se mantém ativa ao longo de todo o dia, combatendo assim o sedentarismo.

Foca-te em ganhar músculo

Em vez do Cardio, a prioridade deve ser o trabalho muscular, procurando combater o défice que identifiquei atrás, o de massa muscular. A massa muscular é o nosso tecido mais valioso e trabalhar para o aumentar vai permitir aumentar o nosso metabolismo basal e queimar mais gordura de forma autónoma, sem que tenhamos de fazer mais atividade para o conseguir.

Não vos parece um cenário edílico: fazer menos e mesmo assim alcançar mais resultados? Parece, de facto, mas é mesmo isso que podem conseguir ao optar pelo treino de musculação em vez das aulas de spinning e power jump, onde constroem zero massa muscular e estão a tornar o vosso organismo cada vez menos eficiente em termos metabólicos.

Optar pelo Cardio como forma de perder peso só vai agravar o défice muscular existente na maioria dos casos. É verdade que quem faz este tipo de opção vê o peso descer quase imediatamente, sobretudo se associar a isto a terrível ideia de ter uma dieta super restritiva, mas na verdade o que está a fazer é a destruir o seu metabolismo e a construir o cenário para o desastre que vai acontecer meses depois: vai voltar a comer normalmente, não vai conseguir suportar as horas intermináveis na passadeira e o peso vai voltar aos números onde estava inicialmente ou até ultrapassá-los.

Ao invés, no processo de construção de massa muscular que defendo, o peso pode até nem descer no início de forma muito assinalável, porque o que estamos a fazer é a construir massa muscular e é esse tecido que vai ser o nosso aliado para queimar gordura sem que tenhamos de “mexer uma palha”.